Compressões cardíaca, com 100 compressões por
minuto, ajuda a salvar vida.
Falta de ar repentina, desmaio e 'batedeira' podem ser sinais de alerta.
Um brasileiro morre a cada dois minutos em
decorrência de morte súbita, uma doença que paralisa o coração e depende da
ajuda de outra pessoa para a vítima ser salva. Uma massagem cardíaca nessa
hora, com 100 compressões no peito por minuto, pode ajudar a socorrer uma
pessoa até o serviço de emergência chegar. Segundo os cardiologistas Roberto Kalil e Denise
Hachul, falta de ar repentina, desmaio e "batedeira" cardíaca são
sinais de alerta para problemas que podem levar à morte súbita.
Em 2004, o jogador Serginho, do time paulista São
Caetano, morreu em campo após uma parada cardíaca. Depois desse episódio, foi
aberta uma discussão sobre o uso de desfibriladores em locais de grandes
eventos, e as regras mudaram. Outros esportistas que já tinham problemas no
coração também morreram durante a atividade física ou foram afastados após uma
parada cardíaca. Indivíduos com casos de morte súbita na família são
os que mais correm risco de morte súbita, mas ela também pode aparecer sem dar
sinais e sem histórico. É importante o médico avalie o coração do paciente com
um estetoscópio, mesmo nas crianças. Um eletrocardiograma também é um exame de
check-up importante. De acordo com Kalil, morte súbita é diferente de
infarto agudo do miocárdio. Nela, o coração fica paralisado. Já no
infarto, o coração funciona, mas o sangue não flui. Apesar disso, durante um
infarto, o coração pode chegar a parar e a pessoa morrer repentinamente. As arritmias cardíacas (alterações no ritmo dos
batimentos) dos ventrículos (uma das câmaras do coração) são, segundo o médico,
a principal causa de morte súbita e muito comum em pessoas que já sofreram um
infarto. Remédios e um procedimento chamado ablação (um tipo de cauterização)
são o principal tratamento para as arritmias. Marca-passos também podem ajudar
muito. Caso uma pessoa caia de repente, sem respirar, é
importante chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo
número 192, e iniciar a compressões cardíaca, que qualquer leigo pode aprender.
Não é preciso fazer respiração boca a boca. O tempo ideal de chegada do Samu é de 7 minutos, e
o veículo deve ter um desfibrilador. Locais públicos também devem ter esse
aparelho, que deve ser usado o mais rápido possível, em até 7 minutos. Nesse
caso, metade dos pacientes se salva. A cardiologista Denise Hachul destacou que, no caso
de bebês, eles devem dormir de barriga para cima para evitar a morte súbita.
Além disso, manter uma boa alimentação e fazer atividade física regular são
dicas que valem para todas as idades, a vida inteira.